FOTOGRAFIA CONTA HISTÓRIA: Colóquio de Marburgo, 1529




Como diz minha mãe, fotografia conta história. Isso dificilmente pode dito de muitas fotos publicadas nas redes sociais, atualmente, pois elas servem apenas para exibir rostos. As fotografias antigas, não. Quando recuamos à época anterior a 1826, registro da primeira fotografia em preto e branco, tirada da janela do francês Joseph-Nicéphore Niepce, a história muda. Da mesma forma, as pinturas antigas. Um exemplo disso é a história retratada na pintura de August Noack, de 1867.

A pintura registra não um momento, mas um resumo do debate ocorrido no Colóquio de Marburgo, em 1529. Lutero, em sua argumentação, aponta para a mesa, onde estava escrita a palavra grega “estin”, que corresponde ao nosso verbo Ser conjugado em terceira pessoa do singular “é”. “Isto é o meu corpo”, repetia Lutero, austeramente, enquanto apontava para a mesa. Zwinglio, por sua vez, apontava para o céu, afirmando que Cristo lá estava e só voltaria à terra, em seu corpo humano, quando chegasse o dia de julgar esse mundo, definitivamente.

Envolta da mesa estavam outros reformadores, alguns anônimos, outros bem conhecido do leitor da história. Eles estavam ali, convidados pelo Príncipe Felipe de Hesse. Este ilustre príncipe ouvira Lutero pela primeira vez na Dieta de Worms, em 1521. Anos depois, em 1524, ele se convertera ao protestantismo. Esteve envolvido em várias disputas político-religiosas, como a derrubada do regime socialista anabatista de Frankenhausen, da guerra dos camponeses, além de ter liderado a Liga de Esmalcada.

Sentados à direita de Lutero, estavam Felipe Melanchton e Martin Bucer, cochichando, enquanto assistiam ao debate. Oecolampadius que, citando João 6, explicou que existiam muitas metáforas na Bíblia, sem ser desmentido por Lutero. Além destes, Ulrich Funk, Jakob Sturm, entre as quase sessenta pessoas admitidas ao local.

Ao final do Colóquio, ambos lados se consideravam vencedores, mas, de fato, sem nenhum vencido.


Assinaturas dos concordantes dos Artigos de Marburgo


Referência
Schaff, Philip. History of the Christian Church. Hendrickson Publishers. Vol. 7, p. 620-637.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

COMENTÁRIO BÍBLICO JÓ 1.4-5 Quais foram os pecados dos filhos de Jó?

SERMÕES REFORMADOS ESCRITOS (para uso nas devocionais em família, estudos e cultos)

MAR DE JUNCO OU MAR VERMELHO? Kevin DeYoung