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Mostrando postagens de 2015

ARMINIANOS OU REMONSTRANTES? Uma breve avaliação - por Abram de Graaf

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SÍNODO INTERNACIONAL DE DORT A variedade entre os Arminianos ou Remonstrantes por Abram de Graaf   Faz pouco tempo que alguém me pediu para escrever alguma coisa sobre "arminianos ou remonstrantes". Considero esse um bom pedido, pois não existe muito conhecimento no meio das igrejas reformadas sobre a variedade e as divergências entre os remonstrantes, assim como também não existe muito conhecimento sobre a variedade e as divergências a respeito da doutrina da graça e da predestinação. ​Pensando sobre o pedido acima, achei melhor usar o livro de Roger E. Olson, Teologia Arminiana: Mitos e Realidades. Ele oferece um panorama histórico dos remonstrantes e fala de modo bem resumido sobre as divergências entre eles. Usei o material de Olson porque ele mesmo é arminiano e conhece muito bem as diferenças entre os remonstrantes, como os pontos seguintes mostram. 1. Jacó Armínio (1560 – 1609) morreu como pastor e professor das igrejas reformadas na Holanda. Nos seus últ

UMA ESPIADINHA NO LIVRO A SUBSCRIÇÃO CONFESSIONAL - DR. ULISSES HORTASIMÕES (parte 2)

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A Subscrição Confessional: necessidade, relevância, e extensão Ulisses Horta Simões  Belo Horizonte: Epafra, 2002. A RELEVÂNCIA CONFESSIONAL E A SUBSCRIÇÃO  Lucio Mauro Tendo apresentado a necessidade de documentos que resumam a fé bíblica, os credos, no passado, e as confissões, desde à Reforma, Dr. Ulisses introduz, nesta parte do livro, a análise da prática de submeter os candidatos a ofícios na igreja a algum tipo de subscrição confessional.  Confissão e Identidade Confessional. O autor apresenta três categorias de documentos confessionais ao tratar deste assunto: Luteranos, Reformados e Evangélicos, este último constitui um grupo de documentos heterogêneos. Com a morte de Lutero, os luteranos enfrentaram longos conflitos internos tentando resolvê-los com a Fórmula de Concórdia. Ali ficou notório a divergência quanto à subscrição; o próprio Melanchton, um sucessor de Lutero, na sua busca por uma abertura que possibilitasse reavaliar a verdade, negou abertam

UMA ESPIADINHA NO LIVRO A SUBSCRIÇÃO CONFESSIONAL - DR. ULISSES HORTA SIMÕES (parte 1)

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A Subscrição Confessional: necessidade, relevância, e extensão Ulisses Horta Simões  Belo Horizonte: Epafra, 2002. IDENTIFICANDO PONTOS IMPORTANTES ABORDADOS NO LIVRO Por Lucio Mauro Eu gostaria de me aproveitar do livro A Subscrição Confessional do Dr. Ulisses para destacar algumas valiosas informações sobre o processo de desenvolvimento dos documento confessionais no ceio do cristianismo. Tais documentos visavam entre outras coisas proteger a tradição apostólica, mantendo o verdadeiro conhecimento da vontade de Deus revelada nas Sagradas Escrituras. Neste livro você vai aprender também como as igrejas consideradas confessionais assumem o compromisso de subscrever algum tipo de documento que expresse o padrão de fé da comunidade. Apesar disso, por razões variadas, muitos ministros e outros oficiais tem subscrito tais documentos de maneira parcial e, às vezes, duvidosa.   PARTE 1  NECESSIDADE DAS FORMULAÇÕES PROTOCREDAIS Com a morte dos apóstolos, as controvérsias no ceio do cristianis

É CORRETO TER CREDOS E CONFISSÕES NA IGREJA?

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Quais os motivos para adotarmos credos e confissões? Por Pr. Flávio Silva Antes de qualquer coisa, há uma base bíblica para se ter confissões? Sim, há. Há confissões de fé encontradas na própria Bíblia. O grande exemplo do Antigo Testamento é Deuteronômio 6:4: "Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus, é o único SENHOR." Esta tem sido uma confissão de fé e é, ainda hoje, tanto para judeus e cristãos. Encontramos declarações confessionais no Novo Testamento também. Por exemplo, temos Efésios 4:4-6, "Há um só corpo, um só Espírito, uma só esperança, um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos...." Em Mateus 10, o Senhor Jesus nos encoraja a confessá-lo diante dos homens. Isso requer palavras e a igreja tomou as palavras da Escritura e as resumiu com suas próprias palavras. 
Em nossos dias, vemos aqueles que dizem que “não devemos ter nenhum credo e confissão, mas Cristo". Essas palavras soam bastante piedosas. Mas a realidade é que todo mund

Livro: Cuidando da igreja: o ofício de presbítero - um manual comentado

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Livro: Cuidando da igreja: o ofício de presbítero - um manual comentado Assista ao vídeo promocional  http://youtu.be/e7hzhFqStCU https://www.facebook.com/livrosreformados/posts/1690343807851307 Cornelis Trimp foi pastor das Igrejas Reformadas Libertadas da Holanda. Estudou e lecionou em várias cadeiras na Universidade de Campen (Holanda). Foi um dos editores da revista Reformata, revista de grande influência nos Países Baixos. Escreveu vários livros, e agora a CLIREF (Comissão de Literatura Reformada) tem a alegria de colocar à disposição do leitor de Língua Portuguesa o primeiro deles Cuidando da Igreja: O ofício de presbítero - um manual comentado. Este livro, na verdade, é o volume 1 de uma obra que inclui o volume 2 O ofício de Diácono - um manual comentado, que esperamos lançar em breve.  O autor deste livro oferece uma revitalização do ofício de presbítero baseado na Palavra de Deus. Ele apresenta os presbíteros como pastores da igreja, que têm um papel importantíssi

ERROS OU HERESIAS SÃO REFUTADOS NOS CÂNONES DE DORT?

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O Sínodo de Dordt (1618/19) considerou a doutrina dos arminianos como um erro ou como uma heresia? Alguém me fez esta pergunta recentemente. Posso imaginar por que ele me perguntou isso, porque várias edições dos Cânones de Dordt em português falam sobre a “refutação dos erros” (grifo meu). ​A palavra “erro” significa segundo o dicionarista Sacconi, “Qualquer desacerto praticado por desconhecimento, inaptidão ou ignorância; uma falha evitável; uma falta leve”. Uma pessoa pode cometer um erro, mas quando ela descobre isso, ele se desculpará e procura corrigi-lo ​Uma “heresia” é um erro que se repete e que não é praticado por desconhecimento ou ignorância, mas de propósito, porque a pessoa que cometeu o erro tem uma outra opinião ou outra interpretação das Sagradas Escrituras. Segundo Sacconi, heresia é “Opinião ou doutrina que diverge daquela estabelecida pelas crenças religiosas”. ​A Ata do Sínodo de Dordt escrita em Holandês fala sobre “De verwerping der dwalingen”. A palavr

As 95 Teses de Lutero - mais de 50% das pessoas que dizem que as conhecem, nunca as leram

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Uma pesquisa que eu mesmo fiz, conversando com amigos e pessoas que interagem com as páginas da internet que ajudo a administrar, responderam que conheciam as 95 teses de Lutero, mas nunca chegaram a lê-las. Não me surpreenderia se você que está lendo esta postagem, fornecesse a mesma resposta da maioria. O fato é que, mesmo na era do Google, muita gente não pesquisa aquilo que elas pensam que já sabem. Por esta razão, o número de pessoas que leem apenas manchetes cresce assustadoramente.  Informações importantes precisam ser lidas pelo menos uma vez na vida. Então, se ainda não leu as 95 teses de Lutero. Reserve dez minutos do seu tempo e mude de lado, nessa pesquisa.  95 TESES DE LUTERO 1. Ao dizer: "Fazei penitência", etc. [Mt 4.17], o nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse penitência. 2. Esta penitência não pode ser entendida como penitência sacramental (isto é, da confissão e satisfação celebrada pelo ministério dos sace

Lutero, o Reformador músico

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Lutero, o Reformador músico  Lucio Mauro Antiguidade da música sacra  Ao longo da história medieval a Igreja Romana havia limitado o cântico, na igreja, aos clérigos, e as músicas eram cantadas em Latim. Nas missas, restava ao povo ouvir e admirar a riqueza dos cânticos (às vezes, os cânticos não passavam de sussurros dos monges, que os tornavam, incompreensíveis até mesmo aos experientes). Os Entusiastas Na época da Reforma Protestante, um movimento chamado "Entusiastas" (Tomás Munster, que liderou os camponeses em Turíngia, mas foi derrotado com seu exército e punido com a morte por decapitação, em 27 de maio de 1525, foi um entusiasta) não apenas desafiava a igreja no campo da doutrina e da prática cristã, mas também no campo da hinologia. Apesar disso, o grande apreço desse movimento pelos Salmos contribuiu para que a Palavra de Deus fosse colocada na boca do povo.  A música na vida do Reformador alemão  Lutero cresceu cercado de música. Desde os

Qual é o nome da minha Igreja?

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Qual é o nome da minha Igreja?  Este texto foi publicado originalmente como um comentário do seminarista Iraldo Luna em uma postagem do Facebook com o título "Qual é o nome da minha Igreja?" De autoria do pastor Kenneth Wieske. O documento é público, mas recebemos autorização para reposta-lo no blog. Faz algum tempo que venho refletindo sobre este assunto tão importante para nossa vida eclesiástica. De fato, hoje a minha igreja (a igreja onde sou um membro) está numa situação eclesiástica nacional que requer de nós muita reflexão acerca do que somos como igreja, e isso repousa principalmente sobre o que entendemos o ser igreja. Muitos perigos nos cercam quando o assunto é igreja e o uso de seu nome. O poder do denominacionalismo sem dúvida é muito forte nas igrejas e no pensamento e vida dos cristãos (verdadeiros inclusive).  Muitas igrejas evangélicas funcionam como um império, no qual se senta para governa o seu "imperador", ou melhor, "papa", ao qual to