SÉRIE SERMÃO: Sobre a Páscoa

Nossa contribuição para a semana da páscoa. Este sermão foi pregado nas congregações da Igreja Reformada do Brasil - no Grande Recife

Sermão Preparado pelo Rev. Abram de Graaf
Pr da Igreja Reformada em Maceió, Alagoas

Leitura: Êxodo 12 e 1 Cor 5: 6-9

Texto: Êxodo 12:27


Queridos irmãos em Cristo Jesus,

Cristo nos mandou celebrar esta ceia em sua memória. Nesta mesa nós lembramos que nosso Senhor se tornou homem para carregar a ira de Deus e para salvar o seu povo; Já no Antigo Testamento Deus revelou isso. Como, por exemplo, em Êxodo 12.


Neste capitulo Moisés fala sobre a instituição da Páscoa. A Páscoa é uma festa de vários dias, como o Maceió Fest; Uma grande festa. Uma festa para comemorar a libertação de Israel da escravidão. Podemos comparar isso com o dia 12 de Maio em que o Brasil comemora a abolição da escravidão. A comemoração aqui no Brasil é só um dia, mas em Israel a festa é uma semana. A festa começa num sábado e termina no outro sábado. Não é uma festa como o Carnaval aqui no Brasil: com muitas bebidas e imoralidade. Ao contrario. A festa de Páscoa é uma festa simbólica e por causa disso a Páscoa é uma festa sóbria. A comida é frugal para mostrar que o objetivo desta festa é comemorar. O objetivo desta festa não é igual ao das festas do mundo: comer e beber abundantemente. Não, o objetivo desta festa é ensinar os participantes com respeito à salvação da escravidão de Israel no Egito.


O Cordeiro da Páscoa serve para isso; e as ervas amargas que estão na mesa; e também os pães asmos, que devem ser comidos todos os sete dias da festa; Todos estes elementos têm um sentido simbólico.


As ervas amargas lembravam o povo a época amarga no Egito, a casa da escravidão. Eles sofreram muito ali, mas agora Deus os livrou. Uma vida nova começou. Uma vida nova, que começou com uma festa. Para comemorar esta vida nova, eles deviam limpar as suas casas e jogar todo fermento fora da sua casa. O pão levedado com fermento foi uma lembrança da época da escravidão. Foi uma lembrança da vida do mundo. Esta vida acabou, agora uma vida nova começou; uma vida com o Senhor. O que é o mais importante nesta vida é o Senhor. Não o pão, mas o Senhor. O diabo quer que nós fiquemos ligados com as coisas materiais: pão e carne, mas o Senhor disse: Não só de pão o homem viverá, mas de toda palavra de Deus. Deus cuida do seu povo. O povo deve aprender isso. Então, por causa disso, o Senhor estava no centro da festa e não o pão e o vinho, nem a carne. O jantar é frugal, para não desviar os pensamentos e para deixar claro: O Senhor cuida de nós. Isso fica ainda mais claro quando observamos o Cordeiro. Cada família devia tomar um cordeiro. E se o cordeiro era grande, a família devia convidar o seu vizinho mais próximo para compartilhar. Então, de novo Deus ensina que o objetivo não é comer e beber em demasia. Se há demais para uma família, ela deve compartilhar com uma outra família.


O Cordeiro servia como SACRIFÍCIO. O sangue do sacrifício dá remissão dos pecados e salva aqueles que comem da carne. Assim funciona o Cordeiro na festa da Páscoa. O sangue do Cordeiro devia ser tomado e posto em ambas as ombreiras e na verga da porta, nas casas em que o comerem. Este sangue ia protegê-los. Pois na mesma noite em que comiam a carne do Cordeiro nas casas, o Senhor passava pelo Egito ferindo todos os primogênitos, mas quando o Senhor via o sangue na porta, ele não passava por esta casa. Nesta casa a festa continuou, mas nas casas onde não houve sangue nas portas, a anjo da morte entrou e deixou uma tristeza profunda.


Assim a festa da Páscoa é uma festa da libertação, como podemos ler em Ex. 12,27. Quando um dos filhos pergunta: Que rito é este? O pai responde: “É o sacrifício da Páscoa do Senhor, que passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios e LIVROU as nossas casas.” O Senhor Deus SALVOU o seu povo. E o que isso tem a ver conosco, irmãos? A festa da Páscoa é uma festa dos Judeus. Eles comemoram a sua libertação do Egito até hoje, no mês de Abril. Então, é uma festa de Judeus. Isso é verdade. Mas esta festa tem também um sentido importante para a igreja cristã. Esta festa está bem ligada com a nossa Santa Ceia, pois, de fato, o nosso Senhor Jesus Cristo instituiu a Santa Ceia durante a festa da Páscoa. Ele pegou um dos pães asmos e dividiu este pão entre os seus alunos, dizendo “Isto é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de MIM”; depois ele tomou o cálice, dizendo: “Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de VÓS”. (Luc. 22,19-20); Jesus instituiu a Santa Ceia como SUBSTITUTA da Páscoa!


Nós não devemos mais celebrar a festa da Páscoa, pois Cristo morreu e nos deixou a Santa Ceia em memória dele; Não precisamos mais matar um Cordeiro, pois Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado (1 Cor. 5,7); Não precisamos tomar o sangue dum cordeiro e pôr na porta, pois o sangue de Cristo nos salva, UMA VEZ POR TODAS (Hb. 10,10). Não precisamos comemorar a libertação do Egito; nós comemoramos a libertação da casa da servidão do diabo. Deus nos libertou “do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados”. Paulo disse isso em Col. 1, 13; Nós saímos da casa da servidão do Diabo e por causa disso Paulo disse: “Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento [...] Por isso, celebramos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malicia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade”.


Israel devia jogar fora o velho fermento, que foi um símbolo da vida impura no Egito; Eles deviam se afastar desta vida, seguindo o Senhor. Uma vida nova começou. Há um paralelo nesta história, pois também nós devemos nos afastar da vida impura deste mundo: da maldade e da malicia. Estes são o fermento do diabo; Onde este fermento entrar, estragará a vida; Seja na casa dos irmãos, seja na igreja.


Por causa disso, temos também o costume de nos preparar antes da celebração da Santa Ceia. Devemos nos auto-avaliar. Devemos reconhecer que somos pecadores; devemos acreditar que o único sacrifício de Cristo nos dá a remissão dos pecados; e devemos sacrificar a nossa vida como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o nosso culto racional (Rm. 12,1). Isso quer dizer que devemos viver uma vida, que é dominada pelo amor. O amor de Cristo, que se sacrificou na cruz, deve ser um exemplo para todos nós. “O meu amor é fruto do TEU AMOR por mim”. Assim deve ser. Cristo nos ensina isso. O amor dele muda a nossa vida. Ele perdoou os nossos pecados, agora NÓS devemos perdoar os pecados do nosso próximo. Isso é a nova vida com Cristo. Somos um no amor de Jesus! E por causa disso podemos cantar: “Estou livre para te amar, para te aceitar e para te pedir: perdoa-me irmão.”


Amém.

Comentários

Olá irmão! Fico feliz em ver meu semão em seu blog. É muito bom quando a internet é usada para falar sobre a Palavra de Deus. Só uma correção: Sou pastor na congregação em Maceió-Al
Não deixe de visitar o meu blog
http://www.avozdosertao1.blogspot.com/

Postagens mais visitadas deste blog

COMENTÁRIO BÍBLICO JÓ 1.4-5 Quais foram os pecados dos filhos de Jó?

SERMÕES REFORMADOS ESCRITOS (para uso nas devocionais em família, estudos e cultos)

MAR DE JUNCO OU MAR VERMELHO? Kevin DeYoung