Deus nos Fez Seus Filhos por Seu Grande Amor

Deus nos Fez Seus Filhos por Seu Grande Amor - I João 2.29-3.1-3
Pastor Elissandro Rabêlo
Autorizado




Introdução


Além da leitura privada da Bíblia, uma outra prática benéfica que contribui para o nosso crescimento espiritual é a meditação na Escritura. Deus nos chama a meditar na sua Palavra (Js. 1.8; Sl. 1.2). Para entendermos o que lemos é preciso não só a leitura reverente no espírito de oração, mas também a meditação diligente na palavra sob a orientação do Espírito que nos guia a toda verdade e nos faz deleitar nela. Se é nosso desejo nos enriquecer com a palavra de Deus e crescer no conhecimento de Cristo, precisamos aprender a arte da meditação nas Escrituras. É bom para nós meditar no que a Bíblia fala sobre nós mesmos, nosso futuro, sobre Cristo e sobre o próprio Deus.

Você já experimentou meditar nos atributos de Deus revelados na Bíblia? Sua alma será beneficiada com isso. Por exemplo, a meditação na onisciência de Deus nos enche de consolo e temor; a meditação na santidade de Deus nos conduz ao louvor a Ele e ao ódio pelo pecado. E a meditação no amor de Deus? Você já pensou nisso? A Bíblia diz que Deus é amor (I Jo. 4.16). Meditar nisso nos enche de espanto e admiração devido à natureza do amor de Deus. No texto do nosso estudo, João se espanta com o grande amor de Deus (v.1). É como se ele dissesse: “De onde vem esse amor! Que amor é esse! Não há amor igual entre os homens. Esse amor está além de explicação!”.

Por que João ficou tão espantado com o amor de Deus?

1) Porque o amor de Deus é um amor sacrificial: um amor que dá o seu Único Filho (Jo. 3.16; I Jo. 4.9,10).

2) Porque o amor de Deus é um amor gracioso (I Jo. 3.1): é um amor que nos foi concedido e que fez de nós, antes filhos da ira e pecadores dignos da condenação, filhos amados de Deus e participantes de suas bênçãos agora e eternamente em Cristo. O amor de Deus é um amor que nos adota como seus filhos sem nenhum mérito da nossa parte. Deus adota pessoas de mau caráter e as torna seus filhos e herdeiros.

3) Porque o amor de Deus é um amor eterno: é um amor que não tem fim e determina o que somos agora e o que seremos para sempre. Por seu grande amor, Deus nos fez seus filhos. Esse fato tem implicações tanto na vida presente quanto na vida futura dos filhos de Deus. Nesse primeiro estudo trataremos apenas da realidade presente dos filhos de Deus (I Jo. 2.29-3.1). O aspecto da glória futura dos filhos de Deus, nós veremos num estudo posterior.

1) A Realidade Presente dos Filhos de Deus

De fato, somos filhos de Deus (v.1): Isso não é só um título, mas é um fato, uma realidade que ninguém pode mudar. O crente tem a certeza de que é filho de Deus pelo testemunho do Espírito Santo (Rm. 8.16) e pela manifestação da obra de Deus na sua vida. Ser filho de Deus é desfrutar de suas bênçãos já nesta vida. Uma destas bênçãos que resulta do amor de Deus e já se manifesta nesta vida é o novo nascimento (I Jo. 2.29).

Os filhos de Deus nasceram de Deus (I Jo. 2.29): “nascido dele (de Deus)” refere-se ao novo nascimento ou regeneração que é o ato soberano e gracioso de Deus pelo qual ele dá vida a pecadores mortos. É a primeira vez que João fala sobre esse assunto na sua carta, mas ele falou muito sobre isso no seu evangelho (Jo. 1.13; 3.3-5). O crente desfruta dessa benção aqui na terra e por meio dela é feito filho de Deus e pode entrar no reino de Deus.

Contraste entre regenerados e não regenerados: Os não regenerados nasceram apenas do homem; os regenerados nasceram de Deus. com base nisso, afirmamos que Deus é Pai de todos como Criador, mas como Salvador somente daqueles que escolheu e chamou, os quais creram em Cristo e nasceram de novo pelo Espírito (Jo. 1.12).

Como se dá o novo nascimento: A semente da palavra é implantada no coração do homem pelo Espírito produzindo nele fé, arrependimento e uma nova vida mediante a pregação do evangelho (At.11.18; 13.48; 16.14; Rm. 10.17; I Pe.1.23). Pelo poder do Espírito, aquele que foi regenerado passa a deixar o pecado e seguir a justiça (Tt. 2.11,12).

Evidência do novo nascimento: Conforme I Jo. 2.29 essa evidência é praticar a justiça. O que isso significa? Não significa auto justificação por meio de boas obras, mas fazer o que é certo para agradar a Deus. Em Cristo, o filho de Deus agora regenerado pratica a justiça, ou seja, faz o que estar de acordo com a lei de Deus não para se justificar, mas para mostrar sua gratidão a Deus por seu amor em salvá-lo.

O desconhecimento do mundo (I Jo. 3.1): Viver como filho de Deus provoca o desconhecimento do mundo. O mundo não conhece, quer dizer, não experimenta o amor de Deus. Os ímpios desconheceram Cristo e desconhecem os crentes, pois não há comunhão ou intimidade da luz com as trevas (II Co. 6.14-18). Os ímpios estranham a conduta dos filhos de Deus porque essa é diferente da deles e os reprova. Essa estranheza pode gerar perseguição. O praticar a justiça dos crentes provoca o ódio e a perseguição do mundo (Jo. 15.18,19). Essa estranheza e perseguição se manifestam na escola, no trabalho, na comunidade e até em nossas casas (Mt. 10.34-36).

Aplicações do texto:


1) Se essa estranheza e perseguição não existem, precisamos avaliar nossa conduta como filhos de Deus no mundo. Estou me conformando com o mundo? Ou rejeito seu padrão? (Rm. 12.1,2). Manifesto o amor de Deus na minha vida vivendo como um verdadeiro filho de Deus na prática da justiça?

2) O filho de Deus manifesta o caráter do Seu Pai Celeste (Mt. 5.48). Ele vive para imitar o seu Pai e glorificá-lo (Ef. 5.1; Mt. 5.16). Isso é resultado do amor e do poder de Deus na sua vida. Você tem imitado o Seu Pai? Vive como um filho de Deus? O fruto do Espírito se manifesta na sua vida?

3) Deus não nos promete vida fácil aqui na terra, mas ele cuida dos seus filhos. Ser filho de Deus não é sinônimo de ter vida próspera aqui na terra, mas significa sofrer por amor a Cristo. Por outro lado, o filho de Deus é guardado pelo poder de Deus até à glória que ele está preparando para nós (Jo. 16.33; Rm. 8.35-39). Sobre o aspecto da glória futura dos filhos de Deus, veremos no próximo estudo. Que Deus nos abençoe com sua palavra!

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