O DIA DO SENHOR ENTRE OS PENTECOSTAIS

Esta importante doutrina não foi de toda negligenciada pelos pentecostais históricos, com tem sido pelos modernos.

O pentecostalismo que penetrou o Brasil no início do século XX, tendo como seus precursores, ministros vindo da Europa e com forte influência reformada em sua formação eclesiástica, emitiu alguns raios de luz sobre esse tema, mas a tendência moderna de afastar-se dos documentos históricos levou-os a abandonar e a não aplicar em suas vidas aquilo que eles mesmos confessam.

É possível verificar o que estamos apresentando, ao olharmos para o comentário a Mateus doze, na nota de roda pé da Bíblia de Estudo Pentecostal, que traz um resumo prático da doutrina do Dia do Senhor, como se segue:

Iniciam apresentando o sábado como sendo o dia de descanso estabelecido na Lei de Moisés, no sétimo dia. Entendem o propósito do dia: cessação do trabalho normal para dedicar-se a adoração ao Senhor.

Acertadamente, compreendem que o “sábado” judaico, cerimonial, não é exigência para os cristãos, já que foi cumprido em Cristo, entendendo, sim, o domingo como o dia a ser guardado, pelos mesmos motivos que o sábado: “repouso pessoal e adoração ao Senhor”.

O comentário recorre ao testemunho bíblico da ressurreição de Cristo e ao uso do termo Dia do Senhor para mostrar que o domingo é esse dia, e chamar os cristãos “pentecostais” a guardá-lo afirmando que os crentes têm “fortes rações bíblicas para dedicar um dia, em sete, para seu repouso e adoração a Deus”.

Prossegue o comentário, argumentando que o princípio de guardar um dia em sete é anterior a lei mosaica e remonta à criação (Gn 2.3), onde Deus o estabeleceu como “uma fonte de bênção para toda a humanidade e não apenas para os judeus”; é um dia para “dedicar-se em casa e em público às coisas de Deus”; “é um sinal de que este (cristãos) pertence a Cristo”; que Jesus não ab-rogou a Lei, mas que nos deu este dia “para o bem-estar espiritual e físico do homem”.

Por fim são citados os textos do Novo Testamento onde o termo domingo é empregado pelos escritores sagrados como sendo o dia ordinário no qual os crentes se reuniam para o culto.

Só nos resta a pergunta: se os pentecostais históricos conseguiram entender essa doutrina, por que, então, os atuais seguidores não a pratica, nem ensinam, para que os crentes possam guardar e ter reverência e cuidado santo com o Dia do Senhor.

Lucio Mauro

Comentários

Unknown disse…
Caro Lúcio,
O resumo apresentado no post sobre o dia do Senhor é digno de admiração, e não comentarei sobre ele. Antes, desejo fazer algumas considerações sobre a pergunta proposta no final, a saber: "se os pentecostais entenderam tão bem essa doutrina, por que, então, não a pratica, nem ensinam, para que os crentes possam guardar e ter reverência e cuidado santo com o Dia do Senhor?".
Começo discordando do início da pergunta, pois não temos nenhum meio que, confiantemente, nos aponte algum grau de certeza de que "os pentecostais entenderam tão bem essa doutrina". Não é pelo fato de poderem resumir a doutrina, como apresentado no comentário, que eles a entendem bem. Foi falado, e isso é verdade, que muitos dos primeiros missionários pentecostais vieram de linhagem reformada e, por isso, tinham algum conhecimento de tal doutrina. Agora, dizer que eles entendem tão bem, já acho exagero, ou melhor, uma in-verdade! Discordo, por uma simples razão: eles são essencialmente dispensacionalista e, quem assim procede, jamais terá uma compreensão correta dos santos mandamentos. Até aonde li e estudei sobre eles, nenhum círculo pentecostal defende a doutrina das alianças. Pelo contrário, a escatologia, a soteriologia, o governo de igreja, a antropologia, a cristologia, a pneumatologia, e toda a sua teologia, se baseiam, necessariamente, no dispensacionalismo. Por isso, acho uma in-verdade afimar que eles entenderam tão bem o quarto mandamento. Aliás, eles não entendem nenhum dos mandamentos, porque o dispensacionalismo não os permite tal coisa. Sendo assim, encontramos a resposta do motivo pelo qual eles não praticam, nem ensinam tal doutrina, porque, simplesmente, não a compreende.
Um grande abraço,
Gerson.

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